
A Giesta (Cytisus striatus) é um arbusto caducifólio da família Fabaceae (leguminosas) que pode atingir até três metros de altura. É uma planta nativa de Portugal, mas também comum no norte de Marrocos e no restante da Península Ibérica. No ecossistema português, é essencial, pois faz parte dos matos seriais de azinheira, sobreiro e carvalhos caducifólios.

Como a planta prospera em solos ácidos e pobres, é frequentemente encontrada em clareiras e margens de florestas, encostas rochosas, terras agrícolas abandonadas e à beira de estradas.
O arbusto é facilmente reconhecível pelas flores amarelas que florescem entre abril e junho e produzem vagens peludas após a floração. Enquanto as giestas jovens possuem caules verdes e folhas trifoliadas, o arbusto torna-se escuro e perde as folhas ao amadurecer. Embora seja considerado um arbusto, a giesta tende a desenvolver um caule com casca estriada.
A morfologia e o rápido crescimento da Giesta representam um problema, pois podem aumentar o risco e a intensidade dos incêndios florestais. A planta está bem adaptada ao fogo devido à sua tolerância a solos secos e pobres em nutrientes, além das suas numerosas sementes de casca dura, que germinam facilmente e rapidamente dominam as paisagens após os incêndios. Por essa razão, é comum em regiões secas e, sendo pioneira, está entre as primeiras plantas a surgir depois de um incêndio.
Em Portugal, encontramos a Giesta nas regiões de Viseu, Guarda e Castelo Branco, com populações extensas na Serra da Estrela. Além disso, é frequentemente encontrada na região de Sintra, especialmente em zonas abertas e com solos ácidos dentro do Parque Natural de Sintra-Cascais. No Parque Nacional da Mata do Buçaco, a elevada precipitação, humidade e fertilidade do solo limitam sua presença, tornando-a uma espécie menos dominante. Em áreas abertas e ensolaradas, as espécies invasoras como as acácias tendem a competir e suprimir o seu crescimento.
A Giesta também cruzou o Atlântico e é considerada uma espécie invasora nos Estados Unidos. Sendo uma leguminosa, tem a capacidade de fixar nitrogênio atmosférico no solo por meio de simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio. Devido a esta habilidade, foi inicialmente introduzida para o controlo da erosão do solo. No entanto, agora é considerada uma praga, especialmente na Califórnia, onde há grande propensão a incêndios florestais.
Tem sido utilizada pelo ser humano ao longo da história uma vez que os seus ramos flexíveis eram usados na produção de vassouras (origem de nome em inglês: Broom tree) e, quando fermentados, serviam como fertilizante agrícola. Além disso, as folhas, casca e flores têm aplicações na medicina tradicional, o que reforça a importância das giestas como plantas medicinais. Por fim, a planta está presente no folclore português: especialmente no norte de Portugal, acredita-se que a giesta traz sorte e afasta maus espíritos.
Já alguma vez encontrou uma Giesta nos seus passeios pela natureza?
