Tintureira: a invasora americana
26 Jul 2024
Tintureira: a invasora americana
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Crónica de campo #19

Na crónica deste mês falamos de uma exótica invasora da América do Norte: a tintureira.

De nome científico Phytolacca americana, Phyto = planta e lacca = vermelho tinto, a cor das suas bagas quando maduras, o segundo nome revela a sua origem nas regiões da América do Norte.

Considerada tóxica para consumo humano, no entanto, as comunidades nativas usavam as folhas e talos jovens na alimentação, depois de ferver em várias águas para descartar a toxicidade, em emplastros para tratamento de problemas de pele e as bagas maduras para a produção de pigmentos para corante dos vinhos, o que explica o seu nome comum.

Introduzida na Europa pelos usos medicinais e industriais de corante, tornou-se invasora, com dispersão nacional generalizada, em terrenos normalmente frescos, com sombra e água, florestais ou agrícolas.

É uma herbácea, que pode atingir cerca de 3 metros de altura e se propaga por semente ou pelas raízes, os seus frutos quando maduros podem atrair aves e pequenos mamíferos que os comem e dispersam as sementes após a digestão, também por isso são conhecidas como uva-dos-passarinhos. O seu comportamento invasor inclui a libertação de químicos, efeito alelopático, que pode eliminar ou comprometer o crescimento de outras plantas incluindo as nativas, afetando a diversidade local.

Nas áreas de trabalho do Parque Natural de Sintra-Cascais e da Mata Nacional do Bussaco, as equipas da associação, têm efetuado o controlo desta espécie com monda de germinações e desenraizamento de indivíduos adultos. No caso das plantas adultas que, com fruto, mesmo que verde, são retiradas do terreno e depositadas em locais de decomposição controlados, para prevenir o amadurecimento tardio e risco de dispersão das mesmas.

Tintureira: a invasora americana

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