Plantas Autóctones na Serra de Sintra: Musgo Sedoso Penado
20 Set 2018
Plantas Autóctones na Serra de Sintra: Musgo Sedoso Penado
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Os musgos são um importantes indicadores biológicos de qualidade ambiental, a sua beleza é omnipresente na paisagem onírica dos bosques que polvilha a nossa imaginação e na realidade desempenham funções importantes no ecossistema. Os musgos são como um cosmo e as bactérias que vivem nos musgos dos troncos de árvores velhas, são duas vezes mais eficazes a “fixar” nitrogênio do que as que vivem no chão. A interação entre as árvores centenárias, musgos e cianobactérias, contribui para uma dinâmica de nutrientes que pode realmente manter a produtividade das florestas a longo prazo.

A espécie Homalothecium sericeum (Hedw.) Schimp., da família Brachytheciaceae, é muito comum no nosso país. É uma planta do grupo das Briófitas, o grupo dos musgos e das hepáticas, sem verdadeiras raízes, caules e folhas, e portanto sem verdadeiros vasos condutores. É um musgo que pode ser observado todo o ano, tendo preferência por locais abertos e expostos, perto de carvalhais e também pode ser observada a crescer sobre rochas.

A evolução e adaptação das plantas à vida na Terra é uma longa história com muitas conquistas e desafios às condições de vida, como é o caso do desenvolvimento de vasos condutores, por onde circulam as seivas, do desenvolvimento das flores, dos frutos e das sementes. Como não têm verdadeiros vasos condutores, os musgos não apresentam um porte elevado, sendo que o musgo sedoso penado pode atingir até cerca de 6 cm. A biodiversidade é um pilar vital à dinâmica dos ecossistemas e os seres vivos são parte integrante do mosaico, inclusive o ser humano.

A fotografia ao lado foi tirada no final de Julho na Tapada do Saldanha na Serra de Sintra, propriedade da Parques de Sintra-Monte da Lua, sendo as principais espécies arbóreas autóctones existentes o sobreiro (Quercus suber), o carvalho-cerquinho (Quercus faginea), o carvalho-alvarinho (Quercus robur) e o medronheiro (Arbutus unedo). Nesta área têm sido realizados trabalhos de remoção de exóticas invasoras como por exemplo o eucalipto (Eucaliptus globulus) e a acácia-de-espigas (Accacia longifolia) entre outras atividades, no contexto ecológico das parcelas a intervir.

A P1A iniciou os trabalhos nesta área em Julho de 2018, no âmbito do Projeto LIFE VOLUNTEER ESCAPES (LIFE 17 ESC/PT/003), projeto de voluntariado de longa duração com o Corpo de Solidariedade Europeia para atividades em Portugal, procurando restaurar os sistemas ecológicos, nos quais se inclui este cosmos que são os musgos.

Plantas Autóctones na Serra de Sintra: Musgo Sedoso Penado

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