O pilriteiro ou espinheiro-alvar ou espinheiro-branco (Crataegus monogyna) é uma espécie nativa que se associa ao carvalhal da zona temperada húmida. As características climáticas desta formação vegetal são temperaturas máximas estiveis moderadas, humidade relativa elevada durante todo o ano e chuvas abundantes de mais de 1000mm.
É comum encontrá-lo em bosques caducifólios ou mistos de carvalho alvarinho (Quercus robur), carvalho negral (Quercus pyrenaica) e de sobreiro (Quercus suber). Também cresce em associação com mais espécies que se encontram adaptadas a áreas a períodos secos estivais nulos ou curtos, como a aveleira (Corylus avellana), a giesteira-das-vassouras (Cytisus scoparius subsp. scoparius), o amieiro-negro (Rhamnus frangula), o sanguinho-de-água (Frangula alnus), o azereiro (Prunus lusitanica), o castanheiro (Castanea sativa), o azevinho (Ilex aquifolium), o folhado (Viburnum tinus), o tojo-gadanho (Genista falcata), a urze-branca (Erica arborea), a gilbardeira (Ruscus aculeatus), o aderno-de-folhas-largas (Phillyrea latifolia) e teixo (Taxus baccata).
Em Portugal, o pilriteiro é abundante por todo o país, sendo mais raro a sul. Cresce bem nas margens das linhas de água e em qualquer tipo de solo, preferindo solos soltos e húmidos. Dá-se bem em climas quentes, no entanto, é bastante resistente às geadas e ao vento, suportando temperaturas negativas bastante baixas.
Esta pequena árvore ou grande arbusto possui uma copa arredondada, é bastante resistente e robusta e pode viver até 500 anos. Tem espinhos longos que surgem nas axilas das folhas, que são simples, com margem bastante recortada e de cor verde-escuro e brilhante na página superior e verde mate na página inferior. Caem durante a estação mais fria, que é um mecanismo de defesa para melhor resistir ao frio do inverno, renovando-as na primavera seguinte.
As pequenas flores perfumadas, de cor branca ou rosada, encontram-se agrupadas em inflorescências e a floração ocorre intensamente durante os meses de fevereiro e maio.
O fruto, o pilrito, é um pomo carnudo, parecida a uma pequena maçã. Com uma forma globosa, de cor vermelho vivo, só tem um caroço e surge em julho, amadurecendo no outono.
É uma espécie interessante para a fauna. Além das flores e frutos serem uma fonte de alimento para mais de 140 espécies de insetos, muitos deles benéficos, incluindo crisopídeos, sirfídeos e coccinelídeos e um grande número de aves, a planta constitui também um ótimo local de abrigo e nidificação para as aves, pelos facto dos seus espinhos protegerem os ovos de eventuais predadores.
Os frutos, cozinhados são usados em geleias, doces, compotas, bebidas alcoólicas e em vinagre, sendo que no passado foram, inclusive, utilizados na produção de farinha para fabrico de pão. Também há quem utilize folhas frescas, jovens e tenras em salada, ou em chás, depois de secas.
Hoje em dia são inúmeras as aplicações medicinais desta planta. Trata de uma variedade de problemas cardíacos e de circulação sanguínea, daí muitos designarem o pilriteiro como a árvore ou arbusto do coração.
Pertencendo à família Rosaceae, a espécie nativa pode ser usada como porta-enxerto para fruteiras da mesma família, como as roseiras, as macieiras, as amendoeiras e as pereiras. Bastante resistente à poluição atmosférica, o piloteiro é muito utilizado para formar sebes densas em campos abertos, mas também em jardins e parques maiores.
O Pilriteiro encontra-se em regeneração espontânea e plantada, numa das áreas de intervenção da Plantar Uma Árvore – Associação, nomeadamente na Peninha, no Parque Natural de Sintra-Cascais.