No primeiro ano da parceria entre a Plantar Uma Árvore – Associação, a AZORINA S.A., parceira do Governo Regional do Ambiente dos Açores, foram realizados, no âmbito do projeto VOLUNTEER ESCAPES CAMPS AZORES, 5 campos de voluntariado, em diferentes ilhas do arquipélago dos Açores, designadamente na Graciosa, nas Flores, no Pico, em Santa Maria e na Terceira.
No total dos 5 cinco campos foram envolvidos 65 voluntários, 3 do continente e 14 europeus, voluntários de longa duração com origem no Corpo Europeu de Solidariedade, representando 13 países europeus, aos quais se juntaram 48 voluntários açorianos ou a residir nos Açores, representando as 9 ilhas do arquipélago dos Açores, que se envolveram em diversas ações e iniciativas de voluntariado de curta duração com empresas, instituições sociais, grupos de crianças, turistas e comunidade, das respetivas ilhas, que se traduziu num total de 2568 horas de voluntariado.
Enquadrados no projeto LIFE IP AZORES NATURA, em cooperação estreita com os Parques Naturais dos Açores, foram realizados trabalhos nas áreas de conservação da natureza e turismo de natureza, como o controlo de espécies exóticas invasoras numa área de 4ha, como a agave (Agave americana), criptoméria (Cryptomeria japónica) e chorão-das-praias (Carpobrotus edulis), a plantação de cerca de 500 plantas autóctones, como o sanguinho (Frangula azorica), urze (Erica azorica) e festuca (Festuca petraea), recolha de 850 kg de resíduos em zonas costeiras e a valorização de percursos pedestres numa extensão de 1 quilómetro.
O impacto social foi igualmente positivo, o que foi mostrado com a interação bem sucedida de voluntários de diferentes espetros culturais, em que o interesse dos participantes europeus e continentais pelo património natural da região, que tiveram a oportunidade de conhecer e desfrutar através de caminhadas, percursos interpretativos, visitas a centros interpretativos, museus e projetos locais, deixou uma forte impressão nos participantes açorianos, para quais a interação foi de grande importância.
Foi evidente o interesse da comunidade académica, dado o número de voluntários açorianos com formação nas áreas de ambiente, conservação da natureza e turismo de natureza, reconhecendo nos campos uma oportunidade de complementaridade de conhecimentos, aquisição de competências e partilha de experiências, com os campos a constituírem uma oportunidade para facilitar ou validar aos seus percursos académicos e profissionais.
Foi a evidente identificação da comunidade com o modelo dos campos de voluntariado, desde o cidadão comum, à administração local, até a organizações e empresas locais, fazendo dos campos uma experiência abrangente e inclusiva da comunidade, destacando-se o apoio de 8 entidades públicas, 8 organizações e 7 empresas privadas.
No que concerne às iniciativas com a comunidade, foram desenvolvidas 5 iniciativas envolvendo crianças, de 7 entidades, em que foram envolvidas 69 crianças, 5 iniciativas com IPSS’s, tendo sido envolvidas 4 entidades, incluindo diferentes tipologias de utentes, num total de 47 utentes, 6 iniciativas com empresas, tendo sido envolvidas 9 empresas, com especial enfoque nas empresas da área do turismo, tendo sido envolvidos 17 funcionários, bem como foram desenvolvidas 8 iniciativas com a comunidade, tendo sido envolvidos 55 cidadãos.
O envolvimento de empresas da área do turismo é de destacar, colocando em evidência o potencial do volunturismo, com elevado interesse para os operadores turísticos da região, atendendo aos objetivos de um turismo sustentável, que contribua ativamente para a conservação da natureza da região.
A cooperação com os Parques Naturais dos Açores, com quem se trabalhou de forma próxima, constitui-o uma oportunidade de formação informal que foi valorizada, representando um importante contributo para futura capacitação da comunidade local, oferecendo a possibilidade de, através de intervenções regulares e contínuas, ter um efeito a longo prazo nos objetivos ambientais e de conservação da natureza da região.