A emergência de um novo paradigma é inexorável e a solução aponta para uma economia ambiental onde o restauro de ecossistemas é o pilar fundamental, podendo responder à necessidade de um sistema que cuide das pessoas e dos recursos e que ponha termo ao roubo ambiental intergeracional.
O paradigma atual assenta na lógica bem descrita pelo diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP), Erik Solheim, em que “o lucro de se destruir a natureza ou poluir o planeta é quase sempre privatizado, ao passo que os custos de se poluir o planeta ou de se destruírem os ecossistemas são quase sempre socializados.” Concluindo que tal “não pode continuar. Quem poluir, quem destruir a natureza, tem de pagar o preço dessa destruição ou poluição.”
Uma economia ambiental baseada no restauro dos ecossistemas pode ser uma solução para uma sociedade mais equitativa, fazendo face à necessidade de geração de empregos de qualidade, pondo termo a um sistema predatório com os recursos, que assenta num esquema de pirâmide ambiental, despejando os seus passivos sobre os jovens e os que ainda estão por nascer.
A grande questão para a sustentabilidade de tal tipologia de economia é que, embora produza serviços de ecossistema com valor virtualmente incalculável e promova recursos cruciais para a economia, raramente gera uma receita capaz de sustentar o restauro de ecossistemas, cabendo aos estados e contribuintes suportar esse peso e despesa.
Existe a necessidade de fechar um ciclo, que inexoravelmente tem que recair sobre as empresas que exploram os recursos e degradam o ambiente, tendo estas que pagar por tais danos, mesmo que sobre os consumidores recaia um aumento do preço dos produtos, que é ele ético, real e sustentável, para que então se consiga capitalizar uma economia ambiental assente no restauro ecológico.
Tal economia ambiental poderia assim ainda ir mais longe e então deixar margem para os estados poderem retribuir os proprietários privados pelos potenciais serviços de ecossistema prestados.