Apoiado por parceiros do projeto LIFE DUNAS a Plantar Uma Árvore – Associação realizou, em outubro de 2021, no âmbito do mesmo projeto, o Campo de Voluntariado Porto Santo, no arquipélago da Madeira, financiado pelo Fundo Ambiental, integrado no projeto “Voluntariado, Capacitação e Divulgação para a Valorização da Vida Terrestre”, financiado pelo Fundo Ambiental, integrado na medida de Apoio a uma Nova Cultura Ambiental, no âmbito da Estratégia Nacional de Educação Ambiental 2020, assente na Proteção da Vida Terrestre.
No campo foram envolvidos 9 voluntários, 5 a residir na Madeira e 4 europeus, voluntários de longa duração com origem no Corpo Europeu de Solidariedade, representando 7 países europeus, que se envolveram em diversas ações e iniciativas de voluntariado de curta duração com crianças, militares, turistas, cidadãos e utentes de uma instituição social, que se traduziu num total de 474 horas de voluntariado.
Enquadrados no projeto LIFE DUNAS, visando o restauro do cordão dunar de Porto Santo, em cooperação estreita com a Câmara Municipal do Porto Santo (CMPS) e o Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN), foram realizados trabalhos nas áreas de conservação da natureza e turismo de natureza, como a recolha de 10 kg de resíduos em zonas costeiras, o controlo das espécies exóticas invasoras como o chorão-das-praias (Carpobrotus edulis), cana-comum (Arundo Donax) e tamargueira (Tamarix gallica), numa área de 0,43 ha e a transplantação de um total de 309 plantas autóctones, nomeadamente as morganheiras-das-praias (Euphorbia paralias e Euphorbia terracina), a trevina (Lotus glaucus subsp. Floridus), o polígono marítimo (Polygonum maritimum), a couve-marinha (Calystegia soldanella), a barrilha-espinhosa (Salsola kali) e o funcho marítimo (Crithmum maritimum).
O impacto social foi igualmente positivo, o que foi mostrado com o ambiente de amizade e união e a interação bem sucedida de voluntários de diferentes idades, nacionalidades e formações. Foi possível reunir neste campo um grupo com conhecimentos relevantes e experiência prévia de voluntariado, reconhecendo nos campos uma oportunidade de complementaridade de conhecimentos, aquisição de competências e partilha de experiências, com os campos a constituírem uma oportunidade para facilitar ou validar os seus percursos académicos e profissionais.
Os participantes mostraram um impressionante interesse pelo património natural do Porto Santo, que conheceram através de várias caminhadas, visitas a museus e projetos locais, bem como pelo contacto com a comunidade local.
Foi evidente a identificação da comunidade com o modelo dos campos de voluntariado, desde o cidadão comum, à administração local, até a uma organização local, fazendo dos campos uma experiência abrangente e inclusiva da comunidade, destacando-se o apoio de 5 entidades públicas e 1 organização.
No que concerne às iniciativas, foram desenvolvidas 3 com escolas, envolvendo 75 crianças, de 4 entidades, 1 com o exército, envolvendo 8 militares, 1 com uma IPSS, envolvendo 6 utentes, bem como 1 aberta à comunidade, envolvendo 5 cidadãos e 2 turistas. Através das iniciativas, os diferentes grupos adquiriram a sua primeira experiência com espécies exóticas invasoras, pode tal ser aproveitado como oportunidade de formação informal e catalisador para intervenções contínuas e regulares envolvendo a comunidade local, bem como os turistas, oferecendo a possibilidade de ter um efeito a longo prazo nos objetivos ambientais e de conservação da natureza da região.