A Associação Plantar uma Árvore (P1A) é um dos vários parceiros do projeto LIFE-VOLUNTEER ESCAPES, dinamizado pela MONTIS – Associação de Conservação da Natureza, e acolheu no passado dia 9 de julho os primeiros quatro voluntários para desenvolver trabalho prático no Parque Natural de Sintra-Cascais (PNSC), três portugueses e uma voluntária espanhola.
Bruno Saraiva, Cristina Holguera, Henrique Domingues e Leila Teixeira são jovens, atentos e partilham a vontade de aprender mais sobre o nosso património, biodiversidade e conservação da natureza. Com o apoio da Parques de Sintra, a P1A recebeu e instalou esses voluntários e, após formação inicial, têm desenvolvido trabalho de campo em diferentes áreas do PNSC, previamente identificadas. Na fotografia ao lado, da esquerda para a direita: Cristina Holguera, Bruno Saraiva, Leila Teixeira, Henrique Domingues e Mariana Dias (Vice-presidente e Coordenadora Executiva da P1A) tirada no dia 12 de Julho, durante os trabalhos na Estrada da Serra – Parque Natural de Sintra Cascais.
“Está a ser uma experiência intensa, sempre no terreno e em aprendizagem constante. Sou da opinião que se aprende fazendo, e é isso que temos feito. Decidi aliar a minha paixão pela natureza e pelo ambiente à minha área de formação académica, ciências sociais, e lancei o Âncora Verde, um projeto que ainda está pequenino, mas que no futuro quero tornar robusto e muito ligado à educação para a cidadania e para o ambiente.” – uma partilha de Leila Teixeira.
Qualquer jovem, com idade entre os 18 e os 30 anos, residente em Portugal ou com nacionalidade de um estado Membro da União Europeia ou da Islândia, Liechtenstein, Noruega, Turquia e Moldávia, poderá participar neste projeto de voluntariado, em diferentes entidades de acolhimento, como a P1A, optando por um período de 2, 3 ou 6 meses. A carga horária semanal será de 25 horas, com dois dias livres. É disponibilizado alojamento, alimentação, transporte no local de cada projeto, seguro e um apoio nas despesas de transporte, entre o local de origem do voluntário e o local do acolhimento.
Henrique Domingues pretende desenvolver atividade profissional em Conservação da Natureza e afirma: “Ser voluntário é a melhor opção para adquirir conhecimentos e experiência prática no que eu gostaria de fazer, isto tudo enquanto conheço pessoas e sítios novos. As palabras-chave deste trabalho são divulgação, consciencialização, ação e manutenção.”
Cristina Holguera, de Badajoz, pensa que o maior desafio em relação à Conservação da Natureza é: “A consciencialização da mesma, não só a nível geral, dos cidadãos, mas também a nível político. É a humanidade que mais depende da natureza e não tanto o inverso. Será importante criar políticas verdes que facilitem a procura e implementação de soluções ambientais, já que todas as propostas precisam de normas jurídicas que as regulem.”
Bruno Saraiva, com formação académica na área do turismo, reforça a importância do voluntariado, relembrando a Lei nº 71/98, de 3 de novembro, onde estão definidas as bases do seu enquadramento jurídico. Na sua opinião: “Em geral, não existe a médio e longo prazo uma preocupação ambiental, não se fomenta a gestão florestal e a promoção da biodiversidade. As leis da natureza ultrapassam qualquer tipo de leis e filosofias inventadas por nós, humanos. E elas, mais tarde ou mais cedo, encarregar-se-ão de nos mostrar o que é certo ou errado. Mas para isso, nós (humanos) temos de aprender a observá-la.”
A P1A recebeu entretanto outro grupo de voluntarios para ações na Serra do Alvão, com o apoio do Município de Vila Pouca de Aguiar. Espera continuar a receber outros voluntários, a dar continuidade aos trabalhos e às parcerias estabelecidas, na promoção e conservação da floresta nativa e das espécies vegetais autóctones.
Nós somos o que fazemos, para além do que pensamos e/ou dizemos.
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Inscrições no Banco de Voluntariado: [email protected]
Texto e foto de Maria João Horta Parreira: Eng.ª Agrónoma – Comunicadora de Ciência